sábado, 8 de setembro de 2012

                                   Obra de Oswald de Andrade

        De acordo com Harold de Campos, o escritor Oswaldo de Andrade ficou conhecido como aquele escreve o que outros julgavam radical para o século XX, diz-se que sua poesia responde a uma poética da radicalidade. Em meio às suas viagens pelo mundo afora, descobriu, deslumbrado, a sua própria terra. A volta à pátria proporcionou-lhe a revelação surpreendente de que o Brasil existia. Esse fato abriu seus olhos à visão radiosa de um mundo novo, inexplorado e misterioso. Estava criada a poesia "pau-brasil”.
Em suas obras, escrevia considerando a cultura nacional, entretanto o poeta não ignorava as influências oriundas de fora; essas deveriam ser utilizadas, de fato para romper com o que estava sendo produzido por aqui.
Em meio a tantas mudanças que ocorriam na sociedade, na produtividade, na economia provavelmente isto iria repercutir também na linguagem.
       “É certo que, antes do pau-brasil, Mario de Andrade o outro grande nome do nosso modernismo, publicara já dois livro: Há uma gota de sangue em cada poema (1917) e Paulicéia desvairada (1922), livros que, sem dúvida tiveram grande importância histórica e iriam instigar poderosamente Oswald de Andrade.” (Haroldo de Campos, p.13).
É claro o anseio do autor pela escrita moderna e a busca por inspirações para uma linguagem direta, clara e sem a eloquência utilizada pela maioria dos literários da época.
Juntamente com outros escritores criou-se um movimento por uma nova linguagem onde expressar-se livremente seria um dos objetivos. Buscavam uma língua sem arcaísmo, sem erudição, natural e neológica. Queriam escrever da forma como se fala e da maneira que são. Todos contra a cópia, a luta pela invenção e pela surpresa.
Os versos de “Vício na fala” é um bom exemplo disso. O eu-lírico traz à baila, de maneira sintética, valendo-se duma linguagem simples (sem os adornos, por exemplo, da poesia parnasiana), um poema que aborda as relações sociais que permeavam e até hoje ainda permeiam o Brasil.
Desse modo, nos cinco versos, o poeta elenca a forma popular e culta de vocábulos da língua portuguesa. Por meio da supressão dos verbos, ele vai aos poucos aproximando esses dois registros da língua, que de fato, estão no dia a dia, convivendo um ao lado do outro. No terceiro verso, pior e pió estão colocados estrategicamente lado a lado. Em seguida, nos versos quatro e cinco, o poeta, valendo-se do verbo “dizer”, vai novamente afastando dos modos de pronunciar as palavras. E, no findar do poema, ele quebra com a série de anáforas, e fecha com “E vão fazendo telhados”, que remete à classe de trabalhadores que laboram nos serviços ligados à construção civil e que usam essa forma, fora das regras gramaticais do português. Afora isso, tem-se também nesse último verso a ideia da urbanização que já, nos novecentos, estava aos poucos consolidando-se.
O ufanismo, bastante usado na literatura é a tendência de exaltação lírica da natureza. A partir disto, percebe-se que vários momentos literários utilizam-se do ufanismo para incentivar o sentimento nacionalista brasileiro. O poeta modernista Oswald de Andrade, no século XX lançou mão deste recurso e escreveu o que sentia e expressava à sua maneira, a situação em que o país encontrava-se e aspectos futuristas.
Em seis versos ágeis, o poeta conseguiu falar das diferenças que se dão na língua portuguesa falada no Brasil, por meio de uso de vocábulos ignorados nos movimentos poéticos anteriores. Além disso, inseriu elementos do cotidiano em sua poesia e de maneira sucinta, soube mostrar as diferenças que se dão, pelo meio do idioma.
O poema A descoberta constitui uma paródia de A carta de Pero Vaz de Caminha. Pode-se comprovar lendo os versos:

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
 Que de nós as muito bem olharos
 Não tínhamos nenhuma vergonha.”(Oswald de Andrade, p. 80)

Este trecho, em especial, está relacionado à descrição dos povos Na Carta de Pero Vaz de Caminha quando ele relata sobre o corpo das índias. Os versos evidenciam as diferenças culturais e morais entre as duas culturas. Uma nova escrita relacionada à Carta, aspecto próprio do modernismo, onde inovar é uma das características do movimento.
Os sertões. Cunha, Euclides da; introdução de Ricardo Oiticica. – 10ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2008.

APRESENTAÇÃO DA OBRA
Uma narrativa moderna, pré-modernista clássica em que o papel do público é observar atentamente o relato de guerra entre jagunços de Antônio Conselheiro e as forças da recém-proclamada Republica que pretextava o monarquismo do arraial de Canudos com o intuito de despejá-lo de lá juntamente com os seus fieis.
O narrador cheio de estilo literário e sinceridade não consegue agradar a todos principalmente de julgarem os fatos relatados na obra como ofensa aos moradores da área. Onde o texto denigre a imagem do sertanejo bem como a sua cultura.

RESUMO DA OBRA
A obra está dividida em três partes:
     A terra
       O homem
  A luta


A TERRA – De um ponto de vista privilegiado, elevado, o narrador inicia uma série de descrições que, como foi dito, se aproximam de uma tese científica. Passando seu olhar arguto por análises biológicas, climáticas e geográficas, ele descobre o espaço do sertão. Começa pelo planalto central e chega até o norte da Bahia, no arraial de Canudos.

        
Euclides descreveu o sertão baiano em A Terra. Iniciou explicando o relevo do Planalto Central brasileiro. Depois descreveu a paisagem sertaneja: seca, dias quentes e noites frias, cheia de árvores sem folhas e espinhentas.
O HOMEM – Partindo de uma análise da gênese antropológica das raças formadoras do homem brasileiro, o narrador decreta a impossibilidade de unidade racial, ou seja, no Brasil seria impossível termos uma raça homogênea.
Porém, devido ao isolamento dos paulistas desbravadores que se tornaram vaqueiros do São Francisco, pode-se dizer que se criou nesse povo certa homogeneidade.
O narrador discorre, também, sobre as tradições sertanejas dos vaqueiros, descrevendo com minúcias seu modo de vida, caracterizou os sertanejos e contou a história de Antônio Conselheiro, líder do arraial de Canudos. Euclides destacou as diferenças do sertanejo e dos litorâneos, concluindo que os sertanejos estão isolados da civilização e, portanto, privados de seus bens culturais e materiais.
A LUTA – O conflito de Canudos surgiu de uma pequena desavença local. Antônio Conselheiro havia encomendado e pago um lote de madeiras para a construção de uma igreja no arraial de Canudos. Como o lote não foi entregue, houve uma ameaça de ataque à cidade de Juazeiro. O juiz da região pediu ajuda ao governador da Bahia, que, não conseguindo resolver a situação, solicitou a presença das tropas federais. Antônio Conselheiro também era acusado de sonegar  impostos e de ser antirrepublicano, por manifestar-se contra a dissociação entre Estado e Igreja no casamento – medida surgida com o advento da República.
Esses foram os argumentos oficiais do governo brasileiro para o ataque ao arraial de Canudos.
Este trecho de
Euclides da Cunha descreve a situação no final dos combates:
Muitos sertanejos seguiam Conselheiro em sua peregrinação. Mas a situação agravou-se quando o líder religioso instalou-se na antiga fazenda de Canudos. As pessoas vinham de toda parte. O arraial, segundo as autoridades, era um abrigo de criminosos. Amontoavam-se jagunços suficientes para compor um batalhão, homens cruéis e destemidos.
O governo do Estado da Bahia resolveu organizar uma expedição para desbaratar o arraial de Canudos. A primeira expedição, liderada pelo Ten. Pires Ferreira, foi enviada em novembro de 1896. Dispostos estrategicamente, mais preparados e com mais noção do território e de seus ardis, os jagunços saíram vencedores. A segunda expedição, comandada pelo major Febrônio de Brito, foi atacada de surpresa e vencida.
Com grande respaldo popular, a terceira expedição, Expedição Moreira César, partiu de Monte Santo em fevereiro de 1897 e em março invadiu Canudos. O Cel. Moreira César morreu e a expedição fracassou. Os soldados debandaram nas caatingas.
A fuga dos soldados restrugiu-se no país inteiro. A vitória dos jagunços foi considerada um ultraje para a República. Era uma ameaça de restauração da Monarquia. (os sertanejos nem entendiam as reformas republicanas: casamento civil, cobrança de impostos e separação entre Igreja e Estado).
Batalhões de todos os Estados foram mobilizados para destruir Canudos. O Gen. Artur Oscar liderava-os. Com a ajuda do Tenente-Coronel Siqueira de Meneses, comandante astucioso, os soldados combateram e venceram, apesar da repetição dos mesmos erros das expedições anteriores.
A vitória das forças do governo, conseguida após sucessivos reforços, consolidou-se quando compôs-se a Trincheira Sete de Setembro. Canudos estava cercada, mas resistiu com fome e sede até 5 de outubro. Os prisioneiros foram degolados.

CONCLUSÃO Estruturado em três partes, Os Sertões, de Euclides da Cunha, é a primeira obra significativa que se contrapõe à visão ufanista e ingênua do país. Além do valor literário, tem o grande mérito de retratar a comunidade de Canudos, que foi liderada por Antônio Conselheiro.
O DESAFIO DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI - Quando o uso da tecnologia individual interfere na aprendizagem
1. RESUMO

O uso da tecnologia individual é um dos desafios dos educadores para desenvolver a prática pedagógica e garantir uma educação de qualidade em sala de aula. Que atitudes devem ser tomadas diante desses aspectos?
Ouvir o corpo discente e refletir acerca de suas ideias é uma boa estratégia para aproximar a escola dos interesses dos alunos, tentando compreender a expectativa do alunado e juntamente com eles construir um novo conceito de educação visando selecionar as sugestões viáveis que possam favorecer o ensino aprendizagem.
É imprescindível que haja mudança na maneira de pensar do educador, no modo de enxergar as situações que envolvam a escola, o aluno e a tecnologia. Os problemas que atingiam os alunos da época passada, não são os mesmos na atualidade, muito menos a maneira de resolver os impasses.
 Os alunos vivem numa geração em que as pessoas não precisam ir até a presença do outro para conversar, para trocar fotos, comentar eventos e ficar inteirado sobre tudo o que lhes interessa. São locais onde eles podem se comunicar além de tirar as suas dúvidas a respeito do assunto desenvolvido. 
Como o educador conseguirá limitar os alunos em sala de aula com toda essa permissividade da conexão atual? De que maneira poderá fazer com que os alunos possam discernir a vida virtual da presencial?  Como desconectar os alunos dos sites de relacionamentos por algumas horas se deixam o computador em casa e continuam a conectar-se na aula através da mobilidade do aparelho celular?
O presente texto mostra as dificuldades enfrentadas pelos educadores no desenvolvimento da prática pedagógica em pleno século XXI, diante das inúmeras inovações tecnológicas disponíveis no mercado e apresenta as ações desenvolvidas por eles para resolver os esses impasses.
O estudo do grupo sugere ações que venham amenizar ou resolver o problema e faz uma reflexão dos resultados da pesquisa apresentados no gráfico.

2. APRESENTAÇÃO

         As inovações tecnológicas tiveram um crescimento veloz e diversificado. Parece que as pessoas ainda não conseguiram definir o momento certo de utilizá-los. Por tratar-se de aparelhos móveis, eles têm em mãos todo o tempo. Por um lado é importante e incontestavelmente útil, mas, e quando este recurso individual interfere no desenvolvimento da prática pedagógica?
        Pensando nestes aspectos, esta pesquisa foi elaborada espontaneamente, com o intuito de saber quais são os maiores desafios tecnológicos do século XXI que os educadores enfrentam em sala de aula, para desenvolver a prática pedagógica e investigar onde há maior utilização: na escola pública ou privada. Conhecer as ações que estão sendo planejadas para resolver esses problemas e ainda, de que forma os professores conseguem chamar a atenção dos alunos para o conteúdo a ser desenvolvido é imprescindível para chegar à conclusão dos resultados a fim de concluir se estas apresentam resultados positivos ou negativos.
        O estudo do tema busca identificar os entraves do professor para desenvolver a prática pedagógica no dia a dia em meio às novidades tecnológicas e sugere ações que possam despertar: no aluno o interesse pela educação oferecida nas instituições escolares, e, no professor, inovação da aula, utilizando a tecnologia como principal recurso. 

3. OBJETIVO

Em relação às inovações tecnológicas, a pesquisa busca investigar, de forma detalhada, quais são os desafios da educação no século XXI e quais são as ações desenvolvidas pelos educadores para resolver o problema, quando o uso individual interfere no desenvolvimento da prática pedagógica e compromete o planejamento curricular.
   
4. INTRODUÇÃO - Quando o uso individual interfere no desenvolvimento da prática pedagógica

          As dificuldades em que o corpo docente enfrenta para desenvolver a prática pedagógica diante de muitas oportunidades e inovações do mundo tecnológico é uma discussão atual. Os discentes encontram-se num dilema: permanecer sentados por horas assistindo às aulas expositivas de conteúdos que nem sempre estão relacionados às suas necessidades ou explorar as ferramentas tecnológicas dos inúmeros aparelhos eletrônicos: pesquisa virtual em sites de busca, de relacionamento e bate-papo. Como competir com estas novidades? Que ações estão sendo desenvolvidas para amenizar a concorrência com a tecnologia, principalmente com os aparelhos móveis? O resultado destas ações desenvolvidas pelos educadores apresentam resultados negativos ou positivos? Quais são as contribuições dos dispositivos móveis para que o educador não obtenha sucesso no desenvolvimento de sua prática? Eles podem ser um aliado na aula? De que forma?
Diante dessas reflexões, nós nos perguntamos, afinal, o que é ser um educador em pleno século XXI? Essa é uma pergunta para a qual não há resposta fácil. Mas uma coisa é certa, o tempo atual, caracterizado por mudanças constantes e velozes, traz desafios para o professor e o obriga a repensar continuamente sua prática.

5. METODOLOGIA

   O grupo discutiu as questões que fariam parte do pequeno questionário em busca de respostas claras sobre os desafios enfrentados pelos professores em sala de aula durante o desenvolvimento de sua prática pedagógica bem como as ações desenvolvidas para resolver o problema.
   Cada integrante entrevistou dois professores do Ensino Fundamental II, de escolas de Irecê e região, sendo que foram 5 escolas da rede pública e 5 da rede privada somando no total, 10 escolas. Não fora utilizado nenhum critério acerca da instituição, da área, ano ou professor e as entrevistas aconteceram entre os dias 21 de maio a 22 de junho de 2012. O objetivo desta pesquisa é identificar fatores tecnológicos que viessem a prejudicar o desenvolvimento das aulas em sala.
    Foram elaboradas apenas quatro perguntas: duas abertas e duas fechadas. As respostas abertas foram coletadas, porém apenas as respostas em comum foram levadas ao gráfico. (ver em anexo)
Após a coleta dos dados o grupo reuniu-se para discutir o resultado da pesquisa e a melhor forma de elaborar os gráficos. 


6. RESULTADOS

  A partir das respostas de cada questão foi elaborado um gráfico com os seus respectivos resultados.

 Em relação à tecnologia, foram feitos alguns questionamentos.
   O gráfico mostra que 60% dos educadores enfrentam o problema com o uso indevido de dispositivos móveis em sala de aula. Mesmo diante da proibição feita pela instituição, eles insistem em utilizar as ferramentas disponíveis e na maioria das vezes socializando músicas, vídeos e SMS.
Além disso, 30% dos professores afirmam que eles fazem uso de outros dispositivos como MP3 e MP4 através de fone de ouvido ignorando os acontecimentos em sala de aula.
     Dos entrevistados, 10% citaram outros tipos de dificuldades no desenvolvimento da prática que não estão relacionados diretamente ao uso indevido da tecnologia em sala de aula como: indisciplina, conversa paralela, desinteresse entre outros aspectos.
     Em seguida, foi perguntado ao professor se o uso da tecnologia em sala de aula acontece em maior índice na escola pública ou privada.
         Todos os professores que trabalham em escolas públicas e privadas responderam que 100% dos alunos possuem aparelhos móveis e utilizam normalmente em sala de aula, portanto não há diferença no índice de alunos portando celular. A pesquisa mostra que, tanto o aluno de escola pública como o de escola privada possuem condições de obter um celular.
        Diante deste índice de alunos portadores de dispositivos móveis em sala de aula, nós perguntamos que ações eles estavam desenvolvendo para amenizar ou resolver este problema.
       De acordo com a pesquisa, estas são as três principais ações desenvolvidas pelos professores:
       O gráfico mostra que 60% dos professores indicaram que utilizar o dispositivo móvel como um recurso pertinente na sua pratica pedagógica é a alternativa mais viável. Porém, obviamente percebemos que este recurso não é uma ação constante, até porque seria inviável que este mesmo professor faça uso do recurso em todas as suas aulas.
       Dos professores entrevistados, 30% responderam que utilizar aula dinâmica e interativa, é a melhor alternativa para direcionar o aluno para o objeto de estudo trabalhado fazendo com que o aluno passe de ouvinte a protagonista, estudando, argumentando, apresentando seminários, debatendo temas, atribuindo-lhe responsabilidades com tempo estimado. Esta ação nos parece uma alternativa viável, entretanto, nem sempre é possível envolver todos os alunos.
       A minoria, correspondente aos 10% restantes dos professores entrevistados afirmam que suspender o uso dessa tecnologia funciona. No entanto, nós consideramos esta ação mais autoritária do que didática.

 A conclusão das ações desenvolvidas pelos professores:
Para os professores entrevistados, todas as ações apresentadas acima obtiveram resultados positivos.
     Embora reconheçamos que utilizar de questões abertas para o desenvolvimento dessa pesquisa não foi a melhor alternativa, visto que o direcionamento das opções de resposta não nos permitiu uma melhor clareza na tabulação dos dados, concluímos que o nosso objeto de estudo “o uso indevido das tecnologias individuais na sala de aula” atrapalham o desenvolvimento das aulas e compromete a aprendizagem dos alunos em grande escala. 
     Através das informações coletadas foi possível constatar os problemas que os professores enfrentam para desenvolver a sua prática pedagógica se dá pelo fato de a maioria dos alunos utilizarem o celular em sala de aula, aparelhos como MP3/4 entre outros.
    A utilização desses aparelhos de forma indevida acontece tanto na escola privada como na escola pública nas mesmas proporções. Por isso, os professores buscaram desenvolver ações como: proibir o uso destes equipamentos, prender a atenção dos alunos de forma variada e interativa, tornando-o autores nas discussões e participação efetiva nas aulas e utilizar as tecnologias móveis durante as aulas. Essas ações apresentam resultados positivos na grande maioria. Somente 10% dos professores entrevistados afirmaram que a proibição funciona em sala de aula.
  
7. CONCLUSÃO

     Os dados da pesquisa mostram que os professores em meio às novidades tecnológicas, que não param de surgir no mercado, devem buscar atividades dinâmicas e inovadoras para desenvolver a prática pedagógica em sala de aula, como responderam 30% dos professores entrevistados. Tornar o aluno o protagonista da classe, promover atividades em que o aluno seja participativo e construa seus próprios conhecimentos com intervenção do educador são ações viáveis. Mas, e quando nem todos querem envolver-se? Proibir a utilização dos dispositivos móveis em sala de aula foi a ação de 10% dos professores. Ela é realmente uma estratégia funcional?
    Os professores tentam encontrar maneiras de desviar a atenção dos alunos do aparelho, mas será que funciona realmente? No último gráfico vimos que 60% dos professores afirmaram que utilizam os dispositivos móveis como recurso no desenvolvimento da prática pedagógica. Que atividades são essas? Em quais disciplinas essas atividades são utilizadas? São questões que precisam ser investigadas.
    Desafio difícil e complexo, estes impasses obrigam o professor a uma longa reflexão acerca da utilização dos dispositivos móveis em sala de aula. Muitos pais sentem-se seguros se o filho portar um telefone móvel diante de contratempos e a violência do mundo moderno. Por outro lado, os adolescentes da atualidade, de todas as classes sociais sentem-se obrigados a acompanhar a moda, já que o celular é um aparelho comum a todo cidadão e suas ferramentas ligam os jovens de interesse comum, deixam informados sobre tudo e todos que estão na rede, entretanto não sabem discernir o momento adequado para a sua utilização.
    
7.1 ALIANDO-SE À TECNOLOGIA

        Que outras ações além das citadas pelos professores nesta pesquisa podem amenizar ou resolver os problemas?
Com o intuito de contribuir com os educadores, o grupo discutiu ações que pudessem auxiliar os educadores neste sentido.
Um dos primeiros passos é:
·      Desenvolver ações que se aproximem do modelo das redes sociais que tanto atraem os jovens e conseguem a maior parte de sua atenção;
·      permitir que o aluno seja o autor/protagonista da classe sugerindo atividades, explicando conteúdos e abrindo debates de temas de seus interesses e da rede, supervisionados pelo professor;
·      aproximar a escola dos meios tecnológicos tendo como modelo as redes sociais onde os alunos possam interagir com os próprios colegas e professores entre outros funcionários, conhecendo cada um assim como nos sites de relacionamentos.
·      a escola deve ceder mais espaço aos alunos e permitir que eles construam a sua própria identidade e sentimento de pertencimento à instituição;
·      ter um local fixo, especial onde diversos perfis sejam expostos e possam socializar os seus pensamentos e ideais profissionais;
·      construir blogs coletivos ou mesmo individuais com conteúdos das disciplinas;
·      disponibilizar atividades online;
·      e promover fórum de discussão.

Referências bibliográficas

                                 As armas de educação em massa. Educação. Rio de Janeiro. Editora Abril. Ed. 2248 – ano 44 – nº 51, dez. 2011
BARROSO, João. O reforço da autonomia das escolas e a flexibilidade da gestão escolar em Portugal In FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org) Gestão Democrática da Educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2ª Ed. 2000.
FREIRE. Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José Eustáquio. Autonomia da Escola: Princípios e Propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
PENIN, S.T de S. Progestão. Módulo I.  Brasília, 2001.






















Universidade do Estado da Bahia-UNEB
Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias- DCHT
Disciplina – Literatura e Cultura Afro-brasileira
Docente - Marielson
Discente – Samai de Azevêdo Pereira
4º Semestre de Letras



No balanço malicioso do lundu,
artigo da Revista de História da Biblioteca Nacional – ano 1/nº08/ fevereiro e março de 2006



O lundu foi um dos gêneros musicais mais importantes
do século XVIII e XIX no Brasil. Tal música era usualmente acompanhada por viola de arame, a ancestral da atual viola caipira. O gênero influenciou o samba abordando com humor e graça um tema tabu: jogos de sedução entre o negro escravo e suas sinhazinhas.



    O texto fala sobre as primeiras criações de versos, geralmente abordando temas polêmicos como o possível relacionamento entre o escravo e sua senhora. O discurso amoroso suaviza a violência da escravidão, transformando o maltratado em cúmplice do próprio algoz. O negro provoca, insinua-se e faz seu jogo de sedução.
    O lundu teve início no século XVIII quando passou a fazer sucesso tanto no Brasil como em Portugal, eram as modinhas. O termo surgiu no século XIX e tem sua origem em calundu, dança ritual africana e está relacionada ao batuque dos negros. Ela é compreendida inicialmente como dança: umbigada africana e o fandango europeu. Logo, deu origem ao lundu-canção.
    De acordo com Tereza de Almeida, a diferenciação do gênero em nosso país se deu por designar canções com características definidas e reconhecidas por compositores, editores e públicos.
    Gênero de longa história, teve a sua primeira música gravada em 1902, o lundu Isto é bom de Xisto Bahia (1841-94), interpretado pelo cantor Baiano (1870-1944). Alguns lundus deixavam explícita a fragilidade feminina da senhora de forma a inverter na relação de poder. É o desejo do negro que se sobrepõe ao de sua sinhá. O negro explicita a rejeição de sua dona, mas ao mesmo tempo se sente atraído por essa rejeição deixando claro, nos versos, que esses fatos fazem parte do jogo de sedução. É nos lundus que essas ambivalências amorosas, violência e sedução se tornam cúmplices e indissociáveis.
    Segundo o pesquisador Géhard Behágue há uma coletânea As modinhas do Brasil, pertencentes ao acervo da Biblioteca da Ajuda, de Lisboa conhecida somente em 1968.
    O lundu conseguira ser conhecida e considerada atração humorística, executada ao violão também por palhaços de circo.
    Em meados do século XIX, o lundu já era considerado importante no teatro de revista e gênero dramático, a malícia e sensualidade do gênero uniam-se ao ritmo sincopado, originário da cultura africana.
    Ao longo dos anos, o gênero passou por transformações significativas em relação às temáticas abordando diversos temas de forma humorística.


Tereza Virgínia de Almeida, doutora em Letras pela PUC-RJ, com estágio de pós-doutorado em Literatura comparada pela Universidade de Stanford (EUA), e professora de Literatura Brasileira na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).